Terça...
A
dissonância entre o governo federal e os governos municipais no quesito mobilidade
urbana é enorme, enquanto algumas cidades, como a que vivo, demonizam o
automóvel, o governo federal facilita e incentiva a compra do mesmo.
As
cidades alegam, com razão, que o excesso de veículos automotores complica o
trânsito, porém, em contrapartida, principalmente as na faixa de 500 mil
habitantes, não investem em infraestrutura e em meios modernos de transporte
público, criando soluções mirabolantes, como binários e “trinários” (este só
existe aqui), ou tomando resoluções que beneficiam cerca de 4% da população em
detrimento aos 96% restantes, tudo em nome de uma falsa mobilidade.
Um
dos motivos é a falta de apoio financeiro dos governos estadual e federal, que
aliado à falta de planejamento cria o caos viário.
Portanto
esta é uma equação de resolução complexa que impacta direto na vida do
contribuinte, que paga impostos e mais impostos e não vê o menor retorno deste
dinheiro, de certa forma, vilmente usurpado, mas esta é outra história, que talvez
um dia se resolva com a (utópica?) reforma tributária.
Mas
estamos falando de mobilidade urbana cujos princípios são primordiais e
corretos para a segurança dos cidadãos nos deslocamentos, independente o modal
escolhido, porém demandam grandes investimentos para serem aplicados, que, ao menos até o momento, não
estão disponíveis, o resto é prosopopeia para acalentar bovinos.