Quarta...
Republicando e adaptando o texto sobre cotas que publiquei no AN há 2 anos.
O STF está votando a legalidadde do sistema de cotas em instituições públicas federais de ensino
superior. A proposta em discussão reserva parte das vagas dessas universidades
para alunos de escolas públicas e garante prioridade para negros e índios. A
distribuição seria feita de acordo com a proporção de negros e índios de cada
Estado.
Segundo
o Frei David
Raimundo dos Santos, “o atual vestibular
brasileiro é inconstitucional, pois fere o princípio da igualdade. Alunos com
oportunidades diferentes em todo o seu ensino médio são submetidos a uma prova
igual”.
Já a Procuradora de Justiça no
Distrito Federal, Roberta Fragoso Kaufmann, diz
que o modelo em discussão não resolve o problema, é inconstitucional
e pode deflagrar no país uma “discriminação reversa, em que um grupo de
pessoas, no caso, os estudantes que tentam ingressar nas universidades
públicas, sofre o ônus“.
A
criação de um sistema de cotas não passa de uma medida paliativa e excludente,
que visa, a meu ver, cobrir e de certa forma, assumir o descaso com o ensino
público, que, em geral, paga mal, não oferece recursos pedagógicos e aceita a
famosa frase: eles fingem que pagam, eu finjo que trabalho. O pobre do aluno
que se vire.
Penso
que o mais lógico seria reservar parte das vagas das universidades públicas aos
oriundos das escolas públicas, sem discriminar raça, ou seja, dando
oportunidades iguais a todos, ou quase todos, mas, de certa forma, um pouco
mais justo.
Porém,
como resolveríamos o problema dos alunos que não se classificariam, mas teriam
média final superior aos classificados pelo sistema de cotas. Estes,
certamente, ingressariam com uma ação e provavelmente ganhariam o que causaria
um grande imbróglio.
Desta forma, creio que a saída está no
investimento nos ensinos fundamental e médio, proporcionando ao aluno condições
da disputar as vagas com os alunos do ensino privado. Talvez seja este o
primeiro passo para a criação da tão desejada igualdade social. Sei que é um
processo lento e de logo prazo, mas que resolveria o problema do desnível
educacional e não precisaríamos estar discutindo este injusto sistema de cotas.
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