Assunto de hoje: Vinhos. Algo que aprecio, com moderação, claro.
Luiz Horta
Jancis Robinson, a principal crítica de vinhos do mundo, autointitula-se uma penny saver, ou, em bom português, pão-duro mesmo. Com uma adega pessoal lotada de todas as melhores safras de Bordeaux e Borgonha, ela não tem problema algum em comprar os melhores vinhos baratos que encontra nos mercados londrinos, e os recomenda no seu site. O bom bebedor de vinhos sabe que vinho bom é o gostoso que atende à necessidade do momento. O bebedor equivocado, ao contrário, coleciona rótulos para exibir aos amigos.
Sem preconceitos, o Paladar foi aos principais supermercados da cidade, com seus corredores intermináveis cheios de vinhos. Impressiona a oferta de todos os países, impensável duas décadas atrás (veja comentário abaixo sobre os clássicos de todos os tempos), o que aumenta a sensação de desorientação labiríntica e a necessidade de alguma indicação. Foram quatro dias praticamente escaneando prateleiras e conversando com atendentes. A primeira surpresa, além dos inúmeros rótulos desconhecidos, foi a boa climatização dos ambientes, em geral refrescados adequadamente.
Outra, não há mais luzes potentes e quentes dirigidas aos vinhos, coisa que os destruía com facilidade - o que já comprei de vinho cozido por calor vindo de cima e uma muralha de ovos de Páscoa na frente abafando ainda mais as garrafas... Melhoraram conservação e exposição, é uma alegria ver isso.
Caso a demanda inclua algum equipamento básico, o quadro também melhorou. A oferta de taças triplicou, longe do copinho grosso de vidro. Há qualidade e formatos variados. Consegui algumas de vidro fino bem corretas. Os saca-rolhas que abrem os braços, aqueles estilo polichinelo, grandes quebradores de rolhas que eram, estão sumindo. Predomina hoje o de garçom francês, em três estágios, bom, barato e prático (além de portátil). Mas quem quiser um mais sofisticado encontra uma boa versão do rabbitt.
Nas tardes do fim de semana ou numa madrugada de sede simples, que não justifique desarrolhar aquele Vega Sicilia guardadinho nas profundezas da cave climatizada, já é possível suprir a emergência vinícola com líquidos corretos no supermercado.
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