06 junho, 2008

Sexta...

Hoje eu iria escrever sobre o caso da ANAC e a participação ativa da Ministra da Casa Civil no caso, mas como sei que isto não vai dar em nada (mais uma vez), vou publicar um artigo, meu, que saiu no jornal local, sobre um tema que julgo ser de grande importância para os estudantes do Brasil, assim como para seus responsáveis.

Sistema de cotas

Em breve será votada uma lei que visa tapar o Sol com a peneira.
O Plenário da Câmara deve votar a regulamentação do sistema de cotas em instituições públicas federais de ensino superior. A proposta em discussão reserva metade das vagas dessas universidades para alunos de escolas públicas e garante prioridade para negros e índios. A distribuição seria feita de acordo com a proporção de negros e índios de cada Estado.
Segundo o Frei David Raimundo dos Santos, “o atual vestibular brasileiro é inconstitucional, pois fere o princípio da igualdade. Alunos com oportunidades diferentes em todo o seu ensino médio são submetidos a uma prova igual”.
Já a Procuradora de Justiça no Distrito Federal, Roberta Fragoso Kaufmann, diz que o modelo em discussão não resolve o problema, é inconstitucional e pode deflagrar no país uma “discriminação reversa, em que um grupo de pessoas, no caso, os estudantes que tentam ingressar nas universidades públicas, sofre o ônus“.
A criação de um sistema de cotas não passa de uma medida paliativa e excludente, que visa, a meu ver, cobrir e de certa forma, assumir o descaso com o ensino público, que, em geral, paga mal, não oferece recursos pedagógicos e aceita a famosa frase: eles fingem que pagam, eu finjo que trabalho. O pobre do aluno que se vire.
Penso que o mais lógico seria reservar parte das vagas das universidades públicas aos oriundos das escolas públicas, sem discriminar raça, ou seja, dando oportunidades iguais a todos, ou quase todos, mas, de certa forma, um pouco mais justo.
Porém, como resolveríamos o problema dos alunos que não se classificariam, mas teriam média final superior aos classificados pelo sistema de cotas. Estes, certamente, ingressariam com uma ação e provavelmente ganhariam o que causaria um grande imbróglio.
Desta forma, creio que a saída está no investimento nos ensinos fundamental e médio, proporcionando ao aluno condições da disputar as vagas com os alunos do ensino privado. Talvez seja este o primeiro passo para a criação da tão desejada igualdade social. Sei que é um processo lento e de logo prazo, mas que resolveria o problema do desnível educacional e não precisaríamos estar discutindo este injusto sistema de cotas.
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Pensamento do dia
"Em educação, não existe distinção de classes." - Confucius
Bom final de semana.

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